Houve nesta época um terremoto de intensidade muito grande, que quase arrasou as construções existentes. Estava nesta hora este homem em uma estrada. Ao ver o ocorrido, correu para casa e verificou que sua esposa estava bem, mas seu filho nesta hora estava na escola. Foi imediatamente para lá. E a encontrou totalmente destruída. Não restou uma única parede de pé. Tomado de uma enorme tristeza ficou ali ouvindo a voz feliz de seu filho e sua promessa, não cumprida: “Haja o que houver, eu sempre estarei a seu lado”.
Seu coração estava apertado e sua vista apenas enxergava a destruição. A voz de seu filho e sua promessa não cumprida o dilacerava. Mentalmente percorreu inúmeras vezes o trajeto que fazia diariamente segurando sua mãozinha. O portão que não mais existia o corredor olhava as paredes, vendo aquele rostinho confiante.
Passava pela sala do 3º ano, virava o corredor e o olhava ao entrar. Até que resolveu fazer em cima dos escombros, o mesmo trajeto. Portão, corredor, virou a direita e parou em frente ao que deveria ser a porta da sala. Nada! Apenas uma pilha de material destruído, nem ao menos um pedaço de alguma coisa que lembrasse a classe. Olhava tudo desolado. E continuava a ouvir sua promessa: “Haja o que houver, eu sempre estarei a seu lado”. E ele não estava…
Começou a cavar com as mãos. Nisto chegaram outros pais, que embora bem intencionados, e também desolados, tentavam afastá-lo de lá dizendo:
– Vá para casa. Não adianta, não sobrou ninguém. Vá para casa.
Ao que ele retrucava:
– Você vai me ajudar?
Mas ninguém o ajudava, e pouco a pouco, todos se afastavam. Já exausto, dizia a si mesmo que precisava saber se seu filho estava vivo ou morto. Até que ao afastar uma enorme pedra, sempre chamando pelo filho, ouviu:
– Pai estou aqui!
Feliz, fazia mais força para abrir um vão maior e perguntou:
– Você está bem? Estou. Mas com sede, fome e muito medo.
– Tem mais alguém com você? Sim, dos 36 da classe, 14 estão comigo; estamos presos em um vão entre dois pilares. Estamos todos bem!
Apenas se conseguia ouvir seus gritos de alegria.
– Pai, eu falei a eles: vocês podem ficar sossegados, pois meu pai irá nos achar. Eles não acreditavam, mas eu dizia a toda hora… Haja o que houver meu pai, estará sempre a meu lado.
– Vamos, abaixe-se e tente sair por este buraco.
– Não! Deixe-os saírem primeiro… Eu sei que haja o que houver… Você estará sempre a meu lado!
Vamos lá Ceará: “Aquele que nunca cometeu erros é porque nunca fez nada e aquele que insiste nestes mesmos erros é porque está no lugar errado”. Torcida Alvinegra vamos acreditar sempre haja o que houver, e nos momentos de tristeza vamos recrudescer mais ainda nosso amor.
Torcedor Alvinegro nas vitórias e derrotas… Sempre esteja ao lado do Ceará Sporting Club.
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